Substituições: Mais-valias e benefícios psicológicos evolutivos no pós-pandemia
A evolução, melhoria contínua e correta exploração da prática futebolística, têm-se constituído dados particularmente relevantes nas últimas duas décadas.
Essa perspetiva progressista, tem feito oscilar o paradigma na compreensão do jogo, dinamização e regulamentação, entre as suas práticas históricas e as inovações decorrentes da busca incessante de vantagem competitiva e evolução.
Um dos aspetos estruturais da dinâmica do jogo, que tem vindo a sofrer alterações, é a normativa relativamente ao número de substituições possíveis no decorrer de uma partida.
O aumento do número de possíveis substituições, independentemente do escalão, resulta numa objetiva oportunidade de envolver mais praticantes com uma parte essencial da modalidade, a competição em si, gerando uma flexibilização das restrições inerentes às condições de jogo, com possíveis benefícios.
Apesar da inexistência de linearidade preditiva na gestão do jogo e dos intérpretes, o treinador, tem assim mais possibilidades de influenciar as incidências do jogo. Desde logo, aumentam os recursos disponíveis a utilizar, possíveis soluções, estratégias e capacidade de reação. Maior probabilidade de reverter com sucesso, decisões tomadas. Mais capacitação na gestão de grupo e atuação enquanto líder. Os processos de adaptação competitiva, integração de novos elementos ou promoção de jovens talentos, ficam mais facilitados. Pessoalmente, menor tensão, mais controlo e segurança. Isto, apesar de uma tendência para o aumento da exigência e necessidade de preparação prévia.
No caso do jogador, este, vê aumentada a sua probabilidade de utilização, e pelo qual, resulta uma maior probabilidade de manutenção de um estado motivacional elevado. A incerteza tende a diminuir e a autoestima a aumentar. O sentimento de pertença face ao grupo e o compromisso individual, podem aumentar. O stresse tende a decrescer, o reconhecimento tende a aumentar e os estigmas associados aos convencionais estatutos, tendem a esbater. A aderência ao processo, evolução e rendimento tenderão a melhorar. A probabilidade de desistência ou falência psicológica tende a diminuir. Contudo, a maior probabilidade de utilização não está livre de contraindicações, podendo degenerar numa diminuição da resistência à frustração e tendência para a superação.
Resumidamente, esta pequeno ajuste normativo, equitativo, pode gerar diferentes ganhos psicológicos, contribuindo para um aumento de produtividade e satisfação generalizada, quando bem compreendida e explorada, sublinhe-se.
Finalmente, importa considerar os benefícios para o contexto profissional decorrentes desta oportunidade, pós pandemia. A utilização reduzida gera uma acentuada desvalorização no praticante (com implicações económicas e psicológicas associadas) dificultando por defeito, o sucesso do envolvido. A manutenção da medida, é estruturalmente protetora (para além da pandemia) combatendo o desperdício de talento e produtividade, que tende a ocorrer no modelo vigente, contribuindo para uma sofisticação tendencialmente positiva.