O Conselho de Arbitragem (CA) da Associação de Futebol do Algarve, através de João Ferreira e João Paulo Ribeiro, presidente e vogal do órgão, respetivamente, marcaram presença na 22ª edição do Fórum de Arbitragem, realizada, este fim de semana, na Associação de Futebol de Évora, com a organização da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O evento, que se realiza duas vezes por ano de forma descentralizada e que visa discutir os assuntos mais importantes para o desenvolvimento da arbitragem nacional, teve a participação dos conselhos de arbitragem de todas as associações distritais e regionais de futebol do País.
O foco esteve no balanço das atividades desenvolvidas pelo CA da FPF ao longo dos últimos mandatos. Houve apresentações de todos os elementos que integram este órgão, com cada elemento a explicar o trabalho desenvolvido ao longo do tempo, em prol do desenvolvimento do setor.
Fontelas Gomes, presidente do CA nacional, fechou com o balanço da obra feita, merecendo o reconhecimento unânime da sala relativamente ao trabalho desenvolvido pelo Conselho de Arbitragem. Na sua apresentação, o dirigente começou por agradecer a toda a sua equipa pelo “trabalho incansável”, aproveitando para destacar uma melhoria de várias estatísticas; desde logo no número total de árbitros e árbitras, e no aumento da capacidade formativa, uma das suas bandeiras desde que tomou posse para o primeiro mandato, realçando o aumento de 292% no número de horas de formação desde 2016.
Seguiu-se o palmarés dos árbitros e árbitras internacionais nas diversas vertentes e as provas em que participaram, sempre em crescendo, com o exemplo de uma final europeia de futebol masculino (Liga Conferência), 12 anos depois da última presença. E terminou com os grandes projetos destes mandatos: a criação do Programa CORE, a introdução do VAR, a profissionalização na arbitragem feminina, a reestruturação das categorias, a reestruturação das Ações de Reciclagem e Avaliação, a uniformização da metodologia de trabalho, a reestruturação do Plano Nacional de Formação, a criação do Curso Online Nível 1, a criação da bolsa de observadores, o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Arbitragem Distrital, o aumento do número de centros de treino e o respetivo apoio financeiro, e ainda a apresentação do novo modelo de gestão da arbitragem profissional, seguindo o modelo inglês. Mas também a introdução do Cartão Branco para premiar bons comportamentos.
Além disso, anunciou a criação dos serviços de psicologia do desporto na arbitragem, que passam a funcionar desde já, numa parceria entre o Conselho de Arbitragem e da Unidade de Saúde e Performance da FPF.
Fontelas Gomes quis ainda deixar uma palavra de agradecimento ao trabalho desenvolvido pelo presidente da FPF, Fernando Gomes: “Sempre fomos apoiados pela Direção da FPF a todos os níveis, quer ao nível do suporte financeiro, para os projetos que de uma forma independente e autónoma decidimos desenvolver, bem como das ímpares condições de trabalho que foram oferecidas aos árbitros e árbitras pelo seu presidente, Fernando Gomes. É um exemplo de liderança a seguir, com o qual me identifiquei ao longo destes oito anos. Realizou um excelente trabalho no desenvolvimento do futebol português e em particular na transformação da Federação Portuguesa de Futebol”.
Houve ainda uma troca de elogios com a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, representada neste fórum pelo seu vice-presidente José Borges, pela forma como as duas instituições se relacionaram ao longo destes oito anos, o mesmo acontecendo com a Associação Nacional de Treinadores de Futebol, que teve em Évora o seu presidente, José Pereira.
Na sua intervenção na sessão de encerramento, o presidente da Associação de Futebol de Évora, António Pereira, elogiou o trabalho desenvolvido pelo atual CA da FPF, na pessoa do seu presidente, e enalteceu a forma como sempre se interessou em colaborar com as associações distritais e os seus conselhos de arbitragem desde o dia em que tomou posse pela primeira vez.
Também o vereador do Desporto da Câmara Municipal de Évora, Alexandre Varela, elogiou o ambiente salutar que viu durante o evento, desafiando Fontelas Gomes a candidatar-se a um novo mandato, pelo relacionamento que, na sua opinião, parece ter com todos os Conselhos de Arbitragem distritais.
Arbitragem com projeto de Psicologia
O Conselho de Arbitragem e a Unidade de Saúde e Performance (USP) da Federação Portuguesa de Futebol avançaram para a criação dos Serviços de Psicologia do Desporto na Arbitragem (SPDA), um projeto que visa capacitar os árbitros através de apoio psicológico contínuo, com intervenções individuais ou de grupo específicas, promovendo a performance e o bem-estar pessoal.
A ideia fundamental é a de ser uma referência nacional e internacional no apoio psicológico para árbitros de futebol, promovendo um ambiente de performance e bem-estar, com vários objetivos específicos, apresentados este domingo durante o Fórum de Arbitragem que decorreu em Évora pelo presidente do CA, Fontelas Gomes:
- Desenvolver programas de formação contínua para árbitros a nível nacional;
- Criar uma linha de apoio psicológico disponível para os árbitros federados;
- Designar psicólogos para acompanhar as principais competições associadas ao desenvolvimento dos árbitros (e.g., Torneio Lopes da Silva);
- Desenvolver estudos sobre o impacto do apoio psicológico na performance e bem-estar dos árbitros;
- Publicar relatórios anuais sobre o estado psicossocial dos árbitros em Portugal;
- Estabelecer colaborações com universidades e instituições de investigação.
Os SPDA serão geridos pelo CA e pela USP e terão um coordenador para a categoria C1 e C2, além de três psicólogos distribuídos pelas três regiões do país, responsáveis pelas categorias CF1, C3 e C4.